A utilização das ventosas no
tratamento de doenças não é uma exclusividade da Medicina Chinesa, existem
informações do seu uso desde o antigo Egíto, ela também é mencionada nos
escrito de Hipócrates e praticada pelo povo Grego no século IV a.C., possivelmente
conhecida e utilizada por outras nações antigas.
O antigo instrumento utilizado
para fazer ventosas era a cabaça, conhecida naquela época como “curubitula” que
em latim significa ventosa. Nas regiões primitivas do mundo, a ventosa tem
registos históricos que datam de centenas a milhares de anos. Nas suas formas
mais primitivas, era utilizada pelos índios americanos que cortavam a parte
superior do chifre dos búfalos, com cerca de 10 cm de comprimento, provocando o
vácuo por sucção oral na ponta do chifre, sendo de seguida tamponado. O uso de
ventosas no Ocidente antigo era um elemento terapêutico corriqueiro e de grande
valor panaceico. Pois por falta de outros recursos médicos, a ventosaterapia
era utilizada praticamente na cura de todas as doenças. Abordado por essas
épocas como um instrumento curativo mágico, pelo contacto intimo com o interior
do corpo através do sangue. Ela era respeitada também pela sua actuação no
elemento energético gerado pela respiração. Teoria que se aproximava dos
conceitos de Medicina Oriental.
Paracelso também descreveu
aplicações de ventosas no primeiro século d.c., advertindo que a aplicação de
ventosas é benéfica tanto para doenças crónicas como para as agudas, incluindo
ataques de febre, e mencionou outras advertências na utilização das ventosas.
Na Europa, assim como na Ásia
existiam vários métodos modificados de sangria e escarificação, na Europa a
“veneseção” ou sangria das veias era uma prática popular, enquanto na Ásia o
sangramento das dilatações capilares (telangiectasias) na periferia da pele
junto com ventosas era o método mais utilizado.
O uso das sanguessugas como
terapêutica foi comum na idade média no ocidente. Em Portugal os
“barbeiro-sangradores” eram geralmente, os técnicos encarregados de aplicar
sanguessugas, por concessão de uma licença cedida pelo cirurgião-mor. Naquela
época, em Lisboa, foram publicados vários livros sobre o assunto, e os salões
de barbear eram o local de venda das sanguessugas.
O uso de ventosas no Oriente foi
desenvolvido com base na acupunctura, a aplicação de ventosas foi
originalmente, conhecida como Método Chifre. Os chifres dos animais eram
aquecidos, criando-se um vácuo quando eram colocados sobre a pele. O propósito
era tratar doenças e retirar o pus. No fim do período Neolítico, o
desenvolvimento da agropecuária facilitou o desenvolvimento do Método Chifre
(ventosa).
O que distingue estas
habilidades primitivas dos chineses, das outras áreas do mundo, é a extensão do
seu subsequente desenvolvimento, dentro da estrutura da tradicional fisiologia
e patologia. O Método Chifre foi posteriormente substituído por outros métodos
de sucção posteriormente desenvolvidos, em que se obtinha o efeito de ventosa
utilizando-se cúpulas de bambu, metal e posteriormente vidro. A sucção é obtida
actualmente, colocando-se uma substância cadente na ventosa antes de coloca-la
sobre a pele, aquecendo-a com água quente, ou com o bombeamento do ar para fora
desta uma vez posicionada na pele.
A ventosa segundo a MTC tem a
propriedade de limpar o sangue das toxinas acumuladas no organismo produzida
pelos alimentos e outras fontes poluentes. A estagnação do sangue estagnado,
escuro e sujo, nos músculos das costas ou das articulações é considerado pelas
Medicinas Orientais como um dos elementos causadores de doenças. A ventosa é
usada para o alívio de dores musculares, melhorar o sistema circulatório e até
mesmo, para redução de celulite e gordura localizada, lombalgias, dor
abdominal, hipertensão arterial e muitas outras patologias.
As ventosas podem ser utilizadas
em associação com outras terapias reforçando a efectividade destas. Várias
ventosas podem ser utilizadas para tratar desordens sobre uma área mais ampla,
por exemplo, ao longo de um estiramento muscular ou dispostas em fileiras
horizontais e verticais sobre um órgão doente tendo-se o cuidado de não se
deixar as ventosas muito próximas umas das outras.
Pode-se utilizar a ventosa para
produzir o “efeito massagem” que consiste em mover as ventosas sobre
superfícies grandes e lisas do corpo, tais como as costas e as coxas, nestes
casos são utilizadas ventosas de boca média a grande, e em primeiro lugar
deve-se lubrificar a zona do corpo que se vai massajar. Esta massagem tem o
efeito de remover a pele ressacada pela abertura dos poros e pela transpiração.
Mecanicamente, aumenta o fluxo da linfa, reduzindo o edema, mantém a
flexibilidade dos músculos, retira as adesões e as fibroses e mobiliza o
funcionamento dos órgãos, descongestiona os bloqueios de energia, activa a
circulação e o funcionamento geral do corpo.
A aplicação de ventosas é
contra-indicada para casos de febre-alta, convulsões ou cólicas, alergias na
pele ou inflamações ulceradas, áreas onde o músculo é fino ou a pele não é
plana por causa dos ângulos e depressões ósseas, no abdómen e região lombar em
gestantes. Algumas outras considerações a ter no uso das ventosas é que estas
devem ser deixadas no local somente até haver congestão local (geralmente 5 a
15 minutos). Se forem mantidas por muito tempo pode-se formar uma bolha, se
esta for grande deve ser furada para drenar o líquido, e seguidamente deve ser
coberta para evitar infecção.
A aplicação das ventosas deixa
frequentemente uma marca púrpura na pele aonde esta foi sugada, isto é normal e
vai desaparecer sem tratamento especial. Se a marca for muito profunda, as
ventosas não devem ser colocadas de novo nesse local enquanto subsistir a marca.
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