O uso do toque é essencial para fazer um
diagnóstico na medicina chinesa. A arte do toque na Medicina Tradicional
Chinesa é altamente sofisticada e inclui apalpação das áreas doloridas e pontos
de diagnóstico e a tomada do pulso do paciente.
Por exemplo, uma área do corpo que passa uma
sensação de calor ao toque está experimentando uma condição de calor, enquanto
um local que passa uma sensação de frio ao toque está sob a influência do frio
ou umidade.Tumores ou inchaços que são duros com uma borda bem definida são
devidos à estagnação sangüínea, ao passo que nódulos macios com uma borda
indistinta são o resultado da estagnação do qi ou mucosidade.
Pontos
de diagnóstico em cada meridiano de acupuntura podem ser apalpados para avaliar
a condição de um órgão interno. Quando há um desequilíbrio no órgão, o ponto é
dolorido ou passa uma sensação de flacidez. Por exemplo, existem pontos nas
costas conhecidos como pontos de transporte, cada um deles correspondendo a um
órgão interno. Se ocorrer um desequilíbrio em um desses órgãos, o ponto de
transporte para esse órgão pode estar macio ou dolorido.
O
tratamento incluiria inserir agulhas nesse ponto para curar o órgão a ele
associado. Os japoneses também desenvolveram um sistema altamente sofisticado
de apalpação abdominal; foram escritos livros inteiros sobre o assunto.
Na
medicina chinesa, a forma de apalpação mais importante é de longe a arte do
diagnóstico do pulso. Esse sistema altamente sofisticado fornece informações
sobre o corpo inteiro e pode facilmente levar uma vida inteira para tornar-se
verdadeiramente proficiente nesse antigo método de diagnóstico.
Em
uma situação ideal, o pulso é tomado pela manhã, enquanto a pessoa ainda está
calma e descansada. Na realidade, entretanto, o procedimento ocorre na clínica
durante a entrevista inicial. É importante deixar os pacientes recém-chegados
descansarem um pouco para permitir que os pulsos se acalmem. Caso contrário,
seria fácil confundir um pulso rápido com uma condição de calor, quando na
realidade é devido à pressa da pessoa para chegar ao compromisso. Essa é uma
situação na qual ficar sentado na sala de espera traz benefícios para o
paciente!
Apesar
de o pulso poder ser sentido em diversos locais, o local principal é a artéria
radial do pulso. Cada pulso possui três posições que correspondem a diferentes
órgãos. O pulso esquerdo corresponde ao yin do coração, fígado e rins. O pulso direito dá informações sobre
o yang dos pulmões, baço e rins.
Essas
seis posições também são sentidas em três profundidades diferentes: profunda,
média e superficial. Além das informações que podem ser reunidas a partir
desses 18 locais, o médico experiente pode identificar 28 tipos diferentes de
pulsos. Não é difícil entender por que leva uma vida inteira de prática para
tornar-se verdadeiramente proficiente na tomada de pulso.
Um
pulso normal é mais forte na profundidade média. Em padrões de deficiência, o
pulso é palpável somente nos níveis mais profundos. Uma pessoa que está
reagindo a um resfriado terá um pulso forte no nível superficial devido
ao qi defensivo que corre para a superfície do corpo. Esse pulso
"flutuante" é bem fácil de ser identificado por um iniciante e pode
ser muito útil clinicamente.
Muitas
vezes esse pulso aparece uns dois dias antes da pessoa apresentar qualquer
sintoma de resfriado, permitindo praticar uma intervenção precoce. Como um
pulso rápido é sinal de calor e um pulso lento é sinal de frio, um pulso
flutuante e rápido ocorre se a condição for um caso de calor de vento. Nesse
caso, o pulso também está forte, pois o calor de vento é uma condição de
excesso. Um pulso fraco, por outro lado, indica uma condição deficiente. Por
exemplo, uma pessoa com deficiência de yang renal possui um pulso profundo,
fraco, especialmente na área do pulso direito que corresponde ao yang renal.
Como
aprender os pulsos requer experiência prática, uma descrição detalhada está
além da abrangência deste artigo. Em um ambiente clínico, no entanto, os alunos
são treinados para discernir os seguintes tipos de pulsos: flutuante (ou
superficial), profundo, lento, rápido, vazio, cheio, em corda, escorregadio,
com fluxo abundante, oco, em couro, firme, escondido, acelerado, levemente
lento, agitado, em nó, intermitente, apressado, movente (irregular), apertado,
flutuante e debilitado (ou macio/retardado), disperso, pequeno, fino, curto,
longo e debilitado.
Cada
um desses pulsos está associado a uma variedade de desequilíbrios e um médico
experiente pode descobrir uma enorme quantidade de informações apenas a partir
do pulso. Na prática clínica, entretanto, o médico sempre combina as
informações do pulso com todo o quadro clínico derivado de olhar, ouvir,
cheirar e perguntar. Por meio desse processo, os médicos tradicionais chineses
são capazes de diagnosticar precisamente os padrões de desequilíbrio em seus
pacientes sem a ajuda de testes laboratoriais ou caros equipamentos de
diagnóstico.
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